quinta-feira, 19 de julho de 2012

Como fica, Flamengo?


     E agora, como fica? Essa é a pergunta que mais aparece na cabeça dos flamenguistas. Depois de vencer o Bahia em Salvador, a esperança por dias melhores bateu na porta da Gávea. Mas como diria o poeta: nada como um dia após o outro. E dias após, o time rubro-negro perdeu vexatoriamente pro Corinthians em pleno Engenhão: um 0x3 incontestável. Talvez esse seja o grande problema do Flamengo ultimamente: as derrotas incontestáveis. O time de Joel Santana parece um amontoado de jogadores sem sangue e sem a mínima consciência tática. Já o próprio Joel, parece um treinador ultrapassado e incapaz de armar algum esquema ou alguma jogada consistente. Ele sabe que a culpa recai em seus ombros, como sabe também, que num futuro não tão distante, seu cargo estará vago. A massa vermelha e preta espera por esse dia, talvez porque ache que esse dia já devia ter chegado há tempos. Assim como sabe que o Natalino não é o único problema desse time, que já teve Ronaldinho e Luxa como grandes alvos da fúria do torcedor. Se Joel não consegue impor qualquer noção de tática ou futebol na cabeça de seus comandados, a culpa se divide entre boa parte do elenco. Mas somando os erros de Joel com os erros dos atletas, não chega nem perto das falhas da absurda administração do Clube de Regatas do Flamengo. 
     Entre tantos equívocos cometidos pela diretoria, o maior talvez seja o descaso com que é tratado o futebol dentro do clube. Pelo menos é essa a impressão que é passada. O time que está aí, disputando um Brasileiro já em curso ( já se foram 1/4 da competição), é aquele time especialista em colocar não só uma, mas um ninho de pulgas atrás de cada orelha do pobre torcedor. Os defeitos são os mesmos de sempre: uma zaga deficiente e, por vezes, inexperiente, laterais-avenidas, um meio-campo sem criatividade alguma, e um ataque ineficiente (culpa essa que se reparte com o meio-campo inoperante, incapaz de criar situações de gol). No banco, um sujeito bonachão, com passado glorioso nas competições estaduais, e um futuro nebuloso na campetição nacional. Se Joel já era para ter saído, o mesmo se aplica à certas figuras do elenco e, principalmente, da diretoria. O problema não era somente Ronaldinho, nem Luxemburgo e, com certeza, nem Joel. Os erros se acumulam nos últimos anos. A resposta que deveria ser dada era com reforços, e sem a ampliação das dívidas do já combalido cofre rubro-negro. Zinho, para muitos a parte mais clara de uma administração obscura, joga limpo e admite a dificuldade de se obter um camisa 10 de peso. Diego foi descartado pelo Flamengo depois da recusa do Wolfsburg, dono de seu passe, em emprestá-lo. O plano B é o argentino Juan Román Riquelme, que está se desligando do Boca Juniors. O hermano está com o pé atrás depois da derrota para o Corinthians. Ele já recebeu garantias de que vai receber em dia seus vencimentos. Mas a possível vinda de Román parece apenas um cala-boca que a diretoria quer dar, com efeito ligeiro, em seus críticos, incontáveis. Não que Riquelme não seria um bom reforço, afinal ele tem muita qualidade, mas o próprio jogador declarou que não se sente mais útil ao clube Xeneize. Por que raios então se sentiria útil ao Flamengo? É um caso a se pensar. Mas graças à incompetência da diretoria, o Flamengo não tem mais esse tempo, já que a janela de transferências do exterior se encerra no próximo dia 20 de julho. 
     Não há mais tempo para ser perdido. Cáceres chegou, e pode dar um jeito na frágil proteção à zaga. Mas só ele? Ibson já demonstrou que não dá pra carregar o piano sozinho, até porque ele não é grande craque, longe disso. Bottinelli já esgotou os cartuchos da paciência do flamenguista. Renato Abreu é o sobrevivente das bolas paradas. Enfim, as deficiências são extensas. Um meia pode resolver, até porque viver queimando os moleques da base, como Adryan e Matheus, é dose. Dose essa que falta na hora de saber escalar os meninos. Uma hora são a solução, e outra hora são enganação. O problema é a carga depositada em cima deles.  Um novo treinador pode mudar muito, e por aí que se deve começar. Não há nomes no mercado? Dá pra achar um que alivie a pressão que Joel Santana sofre e faz sofrer. 
    O Flamengo necessita de mudanças urgente. Uma frase clichê no futebol, que dirá no Mais Querido. Tá tudo errado, lá de cima até lá embaixo. Que assumam logo o planejamento mal-feito e testem o que tem de ser testado nesse brasileiro. A barreira é a torcida, que não pode suportar ver o seu time, um dos maiores do Brasil, nesse estado. O Brasileirão não é brinquedo, o Flamengo idem. Pena que a diretoria adora brincar de jogo dos 7 erros. No caso dessa diretoria, jogo dos 77 erros.


POR: Os Boleiros

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