sexta-feira, 20 de abril de 2012

Vida de trabalho

Por Rafael Pereira

Ele é o 1° a entrar e o último a sair de campo, assim é a vida de um goleiro. Tem de suar a camisa mais que todos os outros, trabalhar sempre no limite, sempre injustiçado: quanto atua bem é obrigação, quando falha é criticado. Ser goleiro já não é fácil, imagine agora quando defende a seleção brasileira. Usarei aqui dois exemplos de goleiros, famosos pela nossa seleção.

Barbosa, o goleiro da Copa de 50, embora tenha sido um dos melhores da sua época sempre vai ser lembrado pelo seu maior fracasso. Para entendermos é preciso voltar no tempo.
Copa de 50, a famosa Copa do Mundo do Brasil, havia muitas expectativas por partes dos brasileiros, pois o Brasil acabava de conquistar o Campeonato Sul Americano em 49, o Brasil lutou e chegou a final. O palco dessa partida histórica não poderia ser outro, o Maracanã. Exatos 199.854 expectadores viam aquele jogo contra o Uruguai. Aos 34 minutos do 2° tempo veio o lance. A partida que estava empatada em 1x1 daria o 1° título mundial ao Brasil, até que o ponta uruguaio Alcides Ghiggia recebeu na área, e num lance que fingiu tocar, chutou no canto esquerdo e marcou. Barbosa, foi pego de surpresa e acabou chegando atrasado ao lance. O Brasil perdia ali a chance de conquistar o tão sonhado título mundial mas até aí tudo bem, vencer e perder fazem parte do futebol. Barbosa foi considerado o maior culpado e sempre foi lembrado pela sua maior derrota e não por ser um grande goleiro como ele foi.


Falar em Taffarel, é indiscutivelmente falar em títulos, pênaltis e Brasil. Esse é um exemplo de goleiro vitorioso que ficou apenas nas páginas da memória dos brasileiros, sempre se doava ao máximo nos jogos. O goleiro com a maior marca de jogos pela seleção canarinho com 123 aparições, sendo 113 pela seleção principal em 104 jogos oficiais. Jogou 3 copas(90 na Itália, 94 nos EUA e 98 na França). Conquistou dois títulos mundiais fazendo defesas importantes e mostrando sua principal estrela: aparecer em decisões por pênaltis. Defendeu uma das cobranças contra a Itália na final de 94 e duas cobranças nas semi-finais de 98 contra a Holanda. Taffarel é sinônimo de vitória e realmente ainda é lembrado mas onde ele esta agora? Se aposentou e foi esquecido, só aparece nos jornais quando uma vitória da seleção é relembrada ou quando comparam algum goleiro a ele.

Vida de goleiro não é fácil, mesmo quando você é o melhor sempre será o mais cobrado, o mais criticado e o último a ser lembrado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário